Qual tem sido o comportamento dos evangélicos brasileiros?
Comecei a escrever textos sobre diversos assuntos, mas como estou envolvido até o último fio de cabelo na organização da festa de jovens da minha congregação, cujo tema é “Adoradores que influenciam uma geração”, resolvi refletir e compartilhar sobre o assunto. Pensei em inúmeras e diferentes abordagens, mas, numa análise ampla, resolvi perguntar a mim mesmo e observar em meus liderados que tipo de influência temos causado nas outras pessoas. A pergunta certa talvez seja: Temos influenciado ou nos deixado influenciar?
Não é novidade para ninguém que o cristão deve viver à luz da Bíblia e mostrar isso ao mundo (MT 5:14), causando, de alguma maneira, algum tipo de influência sobre os outros. Também não é novidade dizer que hoje em dia a igreja evangélica brasileira tem mais se deixado influenciar do que influencia, mesmo com todo burburinho que às vezes causa na política ou com o "sucesso" da música gospel. Isso pode ser observado nos costumes, comportamento, atitudes, gostos musicais e televisivos e tantas outras características “mundanas” que estão, mais do que nunca, no meio do povo que se intitula “adorador”.
A verdade é que se a igreja, ou o crente, não influencia se torna influenciado. Isso é fato. Como li certa vez, ou a igreja discípula ou será discipulada pelo mundo. Eva e Adão foram influenciados pelas palavras da serpente no Éden e sofreram as consequências disso, assim como sua descendência (nós). A serpente representa o pecado, satanás e seus demônios que usam de diversas estratégias para tentar influenciar nosso modo de vida.
Pois bem, que tipo de adoradores somos nós? Os que influencia o mundo ou os que se deixam influenciar por ele? A TV, a moda, as tendências, os “amigos”, os cantores seculares têm ditado como devemos nos comportar ou temos resistido a tudo isso e influenciado os nossos colegas de escola, trabalho faculdade e porque não os da igreja? E em nossa família? Será que nosso testemunho e comportamento têm sido suficientes para nos colocar no grupo dos que influenciam? Às vezes uma maneira de ser radical de mais, ou mesmo liberal demais faz com que o mundo nos veja com olhos de incompreensão. Afinal, qual é a nossa identidade?
Se somos adoradores devemos viver como tal. Nossa vida precisa, sobretudo, ser completamente guiada pela Palavra de Deus. Não é possível ser um adorador por excelência, aquele que adora em espírito e em verdade (JO 4:23) se algumas de nossas atitudes não condizem em nada com os padrões éticos e morais do Evangelho e se algumas de nossas decisões são tomadas ao bel-prazer apenas para satisfazer vontades próprias, mesmo quando sabemos que estamos cometendo um erro em relação a Deus.
Quando conseguimos compreender e viver segundo a vontade do Senhor, saímos da classe de pessoas influenciadas por outras e passamos a receber a influência direta do Espírito Santo. Nesse momento nos tornamos influentes. Começamos a fluir esse mesmo Espírito ao nosso redor. Diferente de antes, tudo o que fazemos é bom. De nossos lábios saem palavras sábias, não mias xingamentos, palavrões ou discussões, mas sim virtude! Mesmo diante de problemas, conseguimos estar de bem com a vida e mostrar isso ao mundo. Temos prazer em fazer nosso trabalho, nossas atividades domésticas, enfim, tudo... conseguimos falar de Jesus e sermos ouvidos, conseguimos contagiar os outros. As pessoas nos veem como alguém especial. Exercemos uma influência positiva sobre elas!
Influenciar uma geração é, biblicamente falando, algo possível para um simples adorador. Foi assim, por exemplo, com Ester e Mardoqueu. Com simplicidade, fé e ousadia conseguiram livrar seu povo do extermínio, já encomendado por Hamã. Ambos causaram tamanha influência ao ponto de conseguir fazer um povo incrédulo se converter (Es 8:16). E o que dizer dos três hebreus lançados na fornalha? A fé daqueles jovens, além de livrá-los da morte, fez com que Jeová fosse adorado em Babilônia, inclusive pelo incrédulo rei (Dn 3:28).
O que mais vamos esperar para causar esse mesmo tipo de influência, para marcar a nossa geração, como fez Ester ou Sadraque, Mesaque e Abedinego? Seja em nossa casa, entre nossos amigos ou vizinhos precisamos fazer isso. Jó é outro exemplo importante. Mas nesse caso, ele representa a imagem de alguém que, mesmo em circunstâncias tenebrosas, não se deixou influenciar por palavras negativas, acusações e desencorajamento por parte de sua mulher e “amigos”. Temos sido assim? Ou estamos igual a Acabe ouvindo os conselhos maléficos de Jezabel?
Nós, adoradores do século XXI, precisamos recusar toda má influência em nossas vidas e, com nosso testemunho, influenciar outras a se aproximarem de Deus, a amar mais, praticar o bem, ter equilíbrio emocional e sentimental. Precisamos causar algo positivo nos outros.
Não importa quantas pessoas seremos capazes de influenciar, mas importa que tipo de influência causaremos. Tão importante quanto é saber que a influência causada pelos outros em nós, podem até não mudar em nada a vida deles, mas a nossa pode ser modificada para sempre com isso. Portanto, busquemos a Deus antes de querermos nos levar pelas cabeças alheias ou de querermos ser exemplo para alguém. Que sejamos adoradores que influenciam... Que adoram e levam pessoas a adoração... a Deus, claro!(Por: Djan Moreno)